terça-feira, 29 de março de 2016

A notícia mais grave da década

A notícia mais grave da década: “a internet parou!”. Parece algo sem valor para alguém um pouco mais conservador ou que talvez não tenha acesso à internet, mas os prejuízos de um acontecimento como este poderiam ser quase imensuráveis, considerando que cerca de 3,2 bilhões de pessoas do mundo todo, deum total de 7 bilhões, se encontram conectadas. Seria um grande prejuízo se a internet falhasse, não um prejuízo tão doloso quanto o da 2ª Guerra Mundial, em que quase 72 milhões de pessoas foram mortas, entretanto seriam 3,2 bilhões prejudicadas de alguma forma, e a “forma” vai depender de como o usuário utiliza a internet.

Seja na hora de trabalhar, pagar uma conta, conferir uma rota de viagem – porque hoje em dia ninguém sabe encontrar endereços -, a internet certamente tem seu papel importante na vida do trabalhador e do viajante, mas também poderia ser na conversa entre amigos (sobretudo os virtuais) ou familiares, pois de que adianta fazer um churrasco em casa e não comentar online ou postar a foto no Facebook? Falando nele, quantos trabalhadores da google, do twitter, instagram, entre outras, seriam prejudicados caso a internet falhasse por algumas horas e quanto estas empresas perderiam em termos de lucratividade? Sem considerar as demais empresas que utilizam das redes sociais para também lucrar – o que dizer de uma agência de marketing online, por exemplo?

Tá. Desconsidere os prejuízos financeiros: que tal contatar o filho que estuda fora do país? Demoraria um pouco mais se tivesse que recorrer à carta manual; por telefone as emoções ficam um pouco menos evidentes do que via webcam. Seria mais difícil casar, já que é comum encontrar casais que se conheceram no chat online. Seria um verdadeiro retrocesso sentimental, temporal e conjugal. Não se pode pensar as burocracias da vida sem a internet. Porque ela facilita, mas também torna refém.

Ela moldou a sociedade e a tornou sua dependente. Se por um lado as pessoas estão mais conectadas, mais velozes, mais informadas (mais, mais, mais), por outro as pessoas também já não conhecem uma vida fora do contexto online. É por isso que a pior notícia da década está calcada na possível interrupção do sistema que mais detém pessoas no mundo. Hora de repensar? Talvez. Mas a web não é um monstro, o ser humano que é vulnerável.

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