sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Relato de um Marombeiro Sedentário

Ontem meu corpo me pregou uma peça. Ainda sinto meus olhos ardendo, minha respiração queimando e minhas pernas cambaleando. A sensação que tive naquele momento de angústia foi de que meu tempo nessa Terra já havia passado.

Tudo começou quando eu decidi voltar às atividades físicas depois de ficar 06 meses parado. Parei pq tive me dedicar a outras coisas por um tempo. Mas antes disso eu estava há dois anos praticando todos os dias, firme na academia e na corrida diária de 2km.

Então calcei meus tênis, coloquei a braçadeira com o celular, liguei os fones, alonguei as pernas e os braços e fui correr. Cronometrei as passadas com um aplicativo do celular. Aos 5 minutos eu estava no meio do percurso, animado e determinado. Não estava correndo muito, era apenas um trote de leve, mas aos poucos fui aumentando. De repetente senti minha respiração se esvair. O ar parecia ter ficado rarefeito, mas continuei a corrida. Aos 7 minutos senti minhas pernas começarem a inchar, então diminuí um pouco o passo.

Concluí o percurso aos 8 min, e, não satisfeito, decidi fazê-lo novamente do começo.

Foi quando começou o que pra mim foi como a pior sensação do mundo. Senti meus olhos saltando e lacrimejando, meu nariz parecia estar sangrando e o ardor era insuportável. Suei frio. Perdi as forças. Meu coração estava batendo a mil por hora. Decidi sentar no próximo banco.

Estiquei as pernas e tentei recuperar a respiração aos poucos. Acho que minha pressão corporal havia baixado. Eu já nem conseguia ver direito. Então, um amigo que passava por perto me reconheceu e ao me cumprimentar disse que meu rosto estava vermelho e perguntou se eu estava bem. Acho que estou morrendo, eu disse. Então ele foi apressadamente buscar um copo de água no barzinho que ficava ali próximo. Bebi aquela água como bebia um chá muito quente. Melhorei aos poucos, agradeci ao amigo e voltei pra casa, cambaleando.

Um dia depois e ainda sinto minhas coxas saltando e a panturrilha enrijecida. Acho que subestimei meu corpo.

Moral: Marombeiro sedentário tem que pegar leve.

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